Avalie se a IA realmente agrega valor ao negócio
Antes de desenvolver qualquer solução baseada em Inteligência Artificial, é necessário avaliar se ela traz resultados concretos à empresa.
Segundo Weslley Felix, engenheiro de dados sênior da Deal, essa etapa inicial evita a adoção da tecnologia apenas por modismo.
É preciso identificar os motivadores, definir objetivos claros e estabelecer métricas precisas.
Sem esse alinhamento, há o risco de desperdício de recursos e frustração com os resultados.
Estude as leis de proteção de dados aplicáveis à IA
A conformidade com legislações como a LGPD no Brasil e a GDPR na Europa é indispensável.
Essas normas estabelecem critérios para coleta, tratamento e uso de dados sensíveis.
“É fundamental adotar práticas que garantam anonimização das informações, diversidade das amostras e mecanismos que evitem vieses nos modelos”, explica Weslley.
Além disso, o cumprimento das regras reforça a confiança entre a empresa e seus clientes, fortalecendo a reputação da marca.
Planeje e execute um fluxo estruturado de implantação
A implementação da IA deve seguir um fluxo bem definido.
Esse ciclo abrange desde a coleta e o tratamento de dados até a preparação da infraestrutura, desenvolvimento, avaliação dos modelos e monitoramento contínuo.
Cada etapa deve ser cuidadosamente planejada, com atenção especial à seleção de dados e à escolha da infraestrutura — local ou em nuvem —, pois ambas impactam diretamente na segurança e na performance.
Priorize infraestruturas privadas com maior controle
Infraestruturas privadas, combinadas com abordagens como RAG (Retrieval Augmented Generation), podem garantir mais controle e precisão nas respostas geradas pela IA.
Essas soluções reduzem o risco de distorções e priorizam o uso de dados internos, adaptando os sistemas às demandas específicas de cada negócio.
“Criar agentes direcionados e proteger o acesso aos dados são práticas que elevam a confiabilidade da IA aplicada à empresa”, reforça Weslley.
Adote ferramentas que otimizam o ciclo de desenvolvimento
A integração da IA ao ecossistema tecnológico já existente na empresa deve considerar as plataformas utilizadas — como CRMs, ERPs e sistemas de suporte tático e operacional.
Nesse contexto, soluções como esteiras DevGenOps e ferramentas como GitHub Copilot se destacam por acelerar o desenvolvimento de aplicações.
Plataformas com modelos de linguagem, como Claude, Gemini, Microsoft Copilot e DeepSeek, também têm aplicações relevantes, desde que sejam usadas com critérios técnicos e éticos.
Weslley alerta que é preciso equilibrar os ganhos operacionais com a análise crítica dos riscos envolvidos.
IA impacta setores como jurídico, RH, finanças e atendimento
De acordo com o especialista, áreas como jurídico, recursos humanos e financeiro estão entre as mais beneficiadas pelo uso da IA.
No setor jurídico, assistentes baseados em IA auxiliam na análise de documentos e processos, oferecendo agilidade na tomada de decisão.
No RH, a tecnologia facilita a triagem de currículos, destacando informações-chave de forma automatizada.
No setor financeiro, a IA já é utilizada em atividades como conciliação bancária, com análise de grandes volumes de dados de maneira ágil.
Já no atendimento ao cliente, a IA generativa permite interpretar emoções e adaptar a comunicação para oferecer uma experiência mais próxima e personalizada.
Governança e estratégia devem guiar o uso da tecnologia
Segundo a Deal, a adoção da IA no ambiente corporativo vai além da inovação técnica.
É necessário garantir que as soluções sejam éticas, seguras e eficientes.
A integração entre tecnologia, governança e estratégia de negócios é o caminho para obter resultados sustentáveis e minimizar riscos.
Para Weslley, a chave está na abordagem data-centric, em que os dados são o núcleo das decisões.
“Implementar IA exige respeito às leis, responsabilidade digital e envolvimento estratégico em todas as etapas. Mais do que criar soluções, é preciso maximizar seus benefícios e reduzir impactos indesejados”, conclui.
Fonte ==> Casa Branca