29 de junho de 2025

Grupo do agronegócio vai procurar petróleo em Mato Grosso

Grupo do agronegócio vai procurar petróleo em Mato Grosso

Com um histórico de mais de um século no agronegócio, o grupo gaúcho Dillianz vai estrear no ramo de exploração e produção de petróleo e gás natural após arrematar sozinho a concessão permanente de um bloco exploratório no Mato Grosso.

A oferta, feita no 5.º Ciclo da Oferta Permanente de Concessões da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na semana passada, foi a única para o setor. A empresa foi representada pelo presidente do grupo, Ivandro Dias.

O bloco arrematado, o PRC-T-121, compreende uma área 601,88 km² em território mato-grossense da Bacia de Parecis, que abrange também o estado de Rondônia. Com um lance de R$ 55 mil de bônus de assinatura, a empresa deve investir no ativo um valor mínimo de R$ 12,091 milhões. 

A bacia é considerada de nova fronteira, por ser pouco explorada. A última vez que uma concessão na região foi ofertada foi em 2008, quando a Petrobras arrematou seis blocos, na 10.ª Rodada de Licitações de Blocos para Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural.

Desde a década de 1990, foram perfurados apenas cinco poços na região, o último em 2014. O governo federal vê potencial no local por ser uma área economicamente ativa, nos setores agrícola, avícola e de pecuária e localizada próxima a grandes centros regionais, como Cuiabá, Campo Grande, Goiânia e Brasília, o que permitiria uma absorção direta de eventual produção de gás natural.

Além disso, há estrutura técnico-comercial estabelecida, o que facilita a prestação de serviços especializados e mão de obra disponível, segundo estudo de técnicos da ANP.

Atuação do grupo vai de banco a petróleo com foco no agronegócio

O arremate do bloco de exploração e produção de petróleo e gás abre mais uma frente para a Dillianz, que iniciou suas atividades no agronegócio no Rio Grande do Sul e hoje administra fazendas e operações agrícolas ainda nos estados da Bahia, Piauí e Roraima, com produção de soja, milho, trigo e gado de corte. 

A partir de 2016, o grupo passou a diversificar seus negócios e hoje conta com 15 empresas e atua em outros três países (Portugal, Estados Unidos e Inglaterra) com braços nos setores financeiro, imobiliário, de importação e exportação de commodities, marketplace digital especializado no agro e de energia fotovoltaica.

Além da exploração e produção, com a empresa de petróleo e gás, a holding do agronegócio afirma que pretende atuar no desenvolvimento de tecnologias para otimizar a extração de recursos energéticos, na comercialização de combustíveis fósseis e derivados e no investimento em fontes energéticas alternativas para a redução do impacto ambiental, segundo a empresa. 

A companhia planeja ainda estabelecer parcerias estratégicas com outras operadoras de perfuração e exploração offshore (no mar) e onshore (em terra), desenvolver hubs logísticos para armazenamento e distribuição de combustíveis e apoiar projetos de pesquisa e inovação em energia renovável e sustentabilidade.

Entre os possíveis clientes da Dillianz Petróleo & Gás estão, além de indústrias petroquímicas, empresas de logística e distribuição de energia, operadoras de frotas e transporte pesado, com foco no setor agrícola e empresas do mercado de commodities.

Com o arremate, a Dillianz precisa, a partir de agora, seguir as demais etapas previstas no cronograma da ANP, como apresentação de documentos e pagamento do bônus de assinatura, para, então, ter o contrato de concessão assinado. A assinatura está prevista para ocorrer até 28 de novembro.

Diferentemente do modelo ofertado em rodadas tradicionais da ANP de licitação de blocos para exploração e produção de petroléo e gás, a oferta permanente permite a utilização dos blocos exploratórios e áreas com acumulações marginais de forma contínua.

Com isso, as empresas podem estudar os dados técnicos das áreas e apresentar ofertas no momento que julgarem mais adequado, sem depender de prazos rígidos ou ciclos específicos de licitações.

Ciclo de Concessões teve oferta de blocos da Foz do Amazonas

O 5.º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão marcou a estreia do grupo Dillianz em leilões da ANP. O ciclo teve ainda a oferta de 19 blocos na Margem Equatorial, alvo de polêmica entre ambientalistas, que são contrários à exploração da região, localizada na Bacia da Foz do Amazonas.

Ao todo, foram arrematados 34 blocos, que totalizam uma área de 28.359 mil km². O bônus de assinatura total chegou a R$ 989,26 milhões, recorde considerando todos os ciclos de oferta permanente de concessão. 

A Petrobras foi a empresa que mais fez arremates, todos em consórcio com outros grupos, com um total de 13 blocos de exploração de petróleo e gás natural. A americana Chevron foi a que mais pagou pelos blocos, com um total de R$ 350 milhões em nove blocos exploratórios, também em consórcio com outras empresas.



Fonte ==> Gazeta

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