No atual cenário empresarial, marcado por volatilidade econômica, exigências regulatórias e transações internacionais cada vez mais complexas, a advocacia deixou de ser vista apenas como suporte jurídico para se tornar elemento central da gestão estratégica de negócios.
Fusões, aquisições e disputas societárias não são apenas temas jurídicos, mas decisões que podem definir o futuro de companhias inteiras.
Um dos pontos de inflexão desse movimento está no avanço da mediação extrajudicial como ferramenta de gestão de conflitos. Empresas e investidores, diante das incertezas do Judiciário, têm buscado soluções rápidas, confidenciais e eficazes para preservar valor em negociações de alto impacto. Para especialistas, essa tendência não apenas reduz riscos, mas também fortalece a confiança entre sócios e stakeholders.
O advogado João Luiz de Morais Erse, com 25 anos de experiência em M&A, mercado financeiro e no setor de Oil & Gas, explica que a capacidade de mediar conflitos se tornou diferencial competitivo. “Negociações estratégicas não podem ficar reféns de disputas intermináveis. Hoje, a liderança empresarial exige soluções ágeis, que alinhem interesses e preservem negócios. É nesse ponto que a advocacia deixa de ser mero suporte e passa a ser protagonista da tomada de decisão”, avalia.

A trajetória de João ilustra bem essa mudança de mentalidade. Após atuar em algumas das maiores operações de M&A do país — como a fusão da Ricardo Eletro com o Grupo Insinuante, a aquisição do Banco da Patagônia pelo Banco do Brasil e a entrada da francesa Acteon no Brasil — ele consolidou uma prática voltada não apenas para estruturar contratos, mas para criar pontes entre diferentes culturas empresariais. Em operações envolvendo companhias japonesas, chinesas e russas, destacou-se pela habilidade em equilibrar exigências regulatórias e interesses comerciais em ambientes de alta pressão.
Segundo ele, a liderança estratégica na advocacia vai além da técnica jurídica. Envolve compreender o negócio, antecipar cenários e construir soluções que gerem confiança em todas as partes envolvidas. Esse perfil tem ganhado destaque não apenas no Brasil, mas também em operações internacionais, especialmente em transações cross-border e no mercado financeiro, onde compliance e governança são exigências globais.
Especialistas apontam que, em um mundo em transformação, a advocacia empresarial caminha para se posicionar como agente ativo de liderança e inovação. “As grandes negociações de hoje exigem advogados que atuem como gestores estratégicos. A capacidade de resolver conflitos e conduzir negociações complexas deixou de ser diferencial para se tornar requisito essencial”, afirma João.
À medida que o Brasil busca atrair investimentos e fortalecer sua posição no mercado global, a advocacia estratégica tende a ocupar papel cada vez mais relevante. E profissionais com experiência multidisciplinar, como João Erse, representam esse novo perfil de liderança: capaz de unir visão técnica, sensibilidade cultural e habilidade de transformar conflitos em oportunidades de crescimento.