Candidato a governador, Eduardo Paes tem pressa. Antes da aprovação do projeto na Câmara do Rio, fez a convocação do primeiro processo seletivo para a Força de Segurança Armada. Explicou ao Ministério Público que a divisão com até 4.200 agentes irá agir como polícia apenas em casos envolvendo pequenos delitos e atuando em conjunto com a Polícia Militar e a Polícia Civil, sem sobrepor atribuições.
A população, sofrendo com a criminalidade, está a favor do choque de ordem com bala na agulha. Mas é uma harmonia difícil, melhor esperar para ver na prática. O maior receio é em relação ao treinamento dos guardas terceirizados.
O prefeito se movimenta para agradar os eleitores da direita, fazendo com que eles se esqueçam do aliado Lula. Apesar da vitória folgada na eleição municipal, Paes sabe que o estado ainda se mostra simpático ao bolsonarismo, sobretudo na Baixada Fluminense e em cidades importantes e populosas do interior.
É a vantagem do grupo liderado pelo governador Cláudio Castro, que, com o controle da máquina, usa e abusa do clientelismo. Ele fechou com a candidatura do atual presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar, um nome ainda desconhecido. Os dois já tratam de proceder com a típica apelação eleitoreira. Mesmo com o orçamento estadual no vermelho em R$ 14,6 bilhões neste ano, querem reduzir para R$ 4,70 o preço das passagens de trem e metrô, como foi feito nas barcas, em março.
Em busca do voto conservador e evangélico, Eduardo Paes anda diferente, quase não lembrando o político que se esbalda com a Portela no Sambódromo e gosta de fazer graça nas redes. Alguns cariocas estão convencidos de que ele levou um passe poderoso e incorporou o bispo Crivella.
Após a onda de críticas e protestos contra o decreto de ordenamento da orla, Paes voltou atrás, permitindo a música ao vivo nos quiosques e a venda de bebidas em garrafas. Também recuou na decisão mais vital para a cidade: a velocidade máxima de 60 km por hora para motos não será implantada.
Fonte ==> Folha SP