A Petrobras perdeu nesta sexta-feira (8) quase R$ 32 bilhões em valor de mercado na comparação com o fechamento do dia anterior. O resultado foi motivado pela divulgação do balanço da estatal com previsão de dividendos abaixo do esperado. As ações ordinárias (PETR3, com voto) despencaram 7,95%, aos R$ 32,78, enquanto as preferenciais (PETR4, sem voto) afundaram 6,15%, cotadas a R$ 30,53.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, terminou o dia em queda de 0,45%, aos 135.913 pontos. O dólar comercial fechou a R$ 5,43, alta de 0,24%. Na noite de quinta-feira (7), a petroleira anunciou que teve um lucro líquido de R$ 26,7 bilhões no segundo semestre deste ano. O resultado foi 24,3% menor na comparação com o trimestre anterior, mas superior ao do mesmo período do ano passado, quando a companhia registrou prejuízo de R$ 2,6 bilhões.
No entanto, a distribuição de dividendos foi recebida com mau humor pelos investidores. A estatal aprovou o pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) intercalares no valor de R$ 8,66 bilhões, R$ 0,67192409 por ação ordinária e preferencial em circulação.
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A XP Investimentos, por exemplo, estimava a distribuição de cerca de R$ 12 bilhões em dividendos. O diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores da Petrobras, Fernando Melgarejo, também atribuiu a queda das ações a insatisfação com o volume de dividendos.
“Talvez, tenha sido frustrada um pouco [a expectativa de distribuição] do dividendo que foi gerado nesse trimestre. Foi impactado por eventos não recorrentes que não acontecerão nos próximos períodos. Então, circunstancialmente, o mercado tem esse comportamento que a gente entende que deve ser passageiro”, avaliou Melgarejo.
O governo federal deve receber cerca de 29% do valor (proporcional à detenção de ações ordinárias e preferenciais). Outros 8% vão para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Apesar do tombo das ações, Melgarejo afirmou que o mercado reconhece como “bastante positivos” os resultados operacionais da companhia. Segundo ele, dos 16 analistas de mercado que fazem recomendações de compra ou venda de ações, 75% indicam compra, informou a Agência Brasil.
“A companhia acredita muito na nossa tese de criação de valor para este ano. Estamos em uma lógica de recomposição de reserva, produção maior. Então, tudo isso é um ponto positivo para a companhia”, disse.
Além disso, o Conselho de Administração da petroleira aprovou a volta ao negócio de distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha. A empresa havia deixado o setor durante o governo Bolsonaro. Em 2020, a companhia vendeu a empresa Liquigás para dois grupos privados: Copagaz – Distribuidora de Gás S.A. e a Nacional Gás Butano Distribuidora.
Fonte ==> Gazeta